Dicas de Cultura Inútil

Se você tenta ler Nietzsche ou Joyce e não consegue, tenta assistir Godard ou Bergman e dorme no meio, não diferencia Monet de Manet e nem sabe quem foi Emmanuel Kant, PARABÉNS! Você está no blog certo!

26 janeiro, 2010

Em alumínio e fios

Durante uma viagem no final do ano passado, encontrei uma luminária no quarto do hotel e pirei. Eu sei que é um objeto bastante comum e banal, mas graças a ele (e a John Lasseter) nós tivemos Monstros S/A, Incríveis, Ratatouille e Wall-E.

Assim, apresento com orgulho LUXO JR!!


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10 junho, 2009

É bom saber que esse espaço ainda funciona, mas não sei que direção vou dar a ele. Alguém tem alguma sugestão? Não? Que tal transformar isso num blog de origami?

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11 maio, 2008

Curtas da Pixar 8: Mike's New Car

Esse é o primeiro curta da Pixar que não tem uma história original ou personagens inéditas. Na verdade, ele foi feito para ser incluído como bônus no DVD de Monstros S.A. (Monsters Inc., 2001) e, portanto, não apresenta grandes novidades. Apesar disso, quem gostou do longa-metragem com certeza vai se divertir novamente com James P. Sullivan (o grandalhão azul e peludo, com voz de John Goodman) e Mike Wazowski (o baixinho verde de um olho só, dublado por Billy Crystal).

A ação provavelmente se passa depois que os dois assumem a usina de energia, já que Mike compra um carro ultra-equipado. Como todo bom amigo, ele faz questão de mostrar o veículo para Sulley, tentando impressioná-lo com os acessórios. Mas parece que a indústria automobilística de Monstrópolis não pensa muito no consumidor, já que o painel do carro tem milhares de botões e nenhum manual do proprietário. Isso só pode terminar em muita confusão, assim diria o locutor da Sessão da Tarde.

Na coletânea Pixar Short Films, você tem a opção de assistir ao desenho comentado pelos filhos dos diretores Pete Docter e Roger Gould. Sem dúvida, apenas uma criança poderia fazer observações tão inspiradas como: "Eu tenho medo quando o Mike cai dentro do motor!"

Divirtam-se:

04 maio, 2008

Curtas da Pixar 7: For the Birds

Escrita e dirigida por Ralph Eggleston, essa simpática animação foi lançada em 2000. Sendo que, em alguns países, foi exibida nos cinemas antes de Monstros S.A. (Monsters Inc., 2001). Basicamente, o desafio técnico enfrentado em sua realização foi animar as penas dos pássaros que aparecem na história. O resultado final é meio caricato, porque as aves acabam parecendo marionetes feitas por Jim Henson (criador dos Muppets).

Apesar de ter ganho o prêmio de Melhor Curta Animado (assim como seu antecessor, Geri's Game), For the Birds peca porque a moral da história não é nem um pouco sutil. Ou seja, sua mensagem politicamente correta de tolerância para com as minorias é muito óbvia e irritante, como nos desenhos mais "educativos" da Disney. Pior ainda é constatar que a maior parte dos espectadores aprecia o destino dos passarinhos, punidos porque tentaram se livrar do pássaro grande e bobo.

É a vitória dos chatos, malas e nerds, que se metem onde não são chamados e acabam prejudicando todos. Vejam por si mesmos:

02 maio, 2008

Curtas da Pixar 6: Geri's Game

Depois de Knick Knack, a Pixar levou oito anos para lançar outro curta-metragem. Os principais motivos para essa demora foram, obviamente, o lançamento de Toy Story (idem, 1995) e a produção de Vida de Inseto (A Bug's Life, 1998). De acordo com John Lasseter, o estúdio decidiu continuar fazendo esse tipo de trabalho por 2 motivos: testar novas tecnologias de animação em 3-D e dar oportunidades de crescimento para os artistas da casa.

Geri's Game (idem, 1997) foi desenvolvido nesse formato e começou uma tradição, sendo exibido nos cinemas antes de Vida de Inseto. A história, escrita e dirigida por Jan Pinkava, mostra um homem idoso jogando xadrez num parque. Parece meio bobo, mas a narrativa é tão bem-conduzida que acaba convencendo. Além disso, o velhinho é o primeiro ser humano da Pixar que tem um rosto expressivo e se movimenta de forma natural.

Em termos de detalhes gráficos, o resultado impressiona. A textura das folhas e tecidos, por exemplo, saltam aos olhos. Entretanto, a grande revolução do desenho está na personagem principal. Na pele de Geri podemos ver rugas e veias, na cabeça temos cabelos e sobrancelhas, nas mãos aparecem dedos finos e ossudos. Tanto apuro técnico acabou faturando o Oscar de Melhor Curta Animado em 1998:

28 abril, 2008

Curtas da Pixar 5: Knick Knack

Antes de falar sobre Knick Knack (idem, 1989), é preciso esclarecer o contexto. John Lasseter e a Pixar tinham gasto muito tempo, energia e dinheiro para fazer Tin Toy. Assim que o desenho fez sucesso, o medo e a incerteza foram embora e, junto com a onda de alívio que invadiu todos, surgiu a idéia de fazer um curta mais anárquico e sem compromisso, que homenageasse os desenhos do mestre Chuck Jones (Papa-Léguas).

Começando pelo título (de acordo com o Dicionário Oxford, knick knack é um pequeno objeto sem valor, usado como ornamento. Ou seja, enfeite, tralha, treco, etc), já pode ser notada uma certa irreverância. Em seguida, aparecem vários souvenirs de locais paradisíacos fazendo festa na prateleira. Um deles, uma loira sexy de biquini, chama para a gandaia um solitário bonequinho de neve.

Até aí tudo bem, só que ele está dentro daqueles globos de vidro cheios de água e não consegue sair de lá. Então, o coitado parte para o tudo ou nada, apelando para o jeito ACME de resolver problemas. Entre os 5 curtas de Pixar feitos antes de Toy Story, este é de longe o mais engraçado. Pode conferir:

27 abril, 2008

Curtas da Pixar 4: Tin Toy

O próximo curta do DVD "Pixar Short Films Collection - Volume 1" é, com certeza, o início da Pixar como um estúdio de animação, embora na época eles não soubessem disso. Tin Toy (idem, 1988), segundo John Lasseter, foi inspirado por um vídeo caseiro do sobrinho dele, na época um bebê de um ano, brincando. Ao ver os brinquedos babados e atirados para todo lado, Lasseter teve a brilhante idéia de animá-los para ver como reagiriam naquela situação. Se você lembrou de Toy Story (idem, 1995), considere esse curta uma semente.

Basicamente, o herói é um boneco vestido de músico de coreto, que toca vários instrumentos conforme se movimenta . Ele precisa fugir de um nenê que quer apenas "brincar" (um eufemismo para aniquilar). A maior parte do filme trata dessa dinâmica, com destaque para o grupo de brinquedos escondidos embaixo do sofá. É uma história simples e divertida que foi bem executada, mesmo que o tal bebê seja uma criatura meio bizarra e artificial, parecendo um dinossauro animado em stop motion.

O sucesso de Tin Toy foi enorme, atingindo pela primeira vez um público que não trabalhava com informática. Em 1989, o desenho ganhou o Oscar de Melhor Curta Animado e abriu os olhos de Hollywood para o potencial da animação computadorizada, facilitando bastante o financiamento de um longa metragem. E o resto é história...